Depressão Infantil: Como identificar

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Depressão Infantil : Como Identificar

Depressão Infantil : Como Identificar
Eu sou como o sol, ilumino e aqueço corações,
mas também sou como a lua, que mesmo quando todos dormem, continua brilhando, eu
sou criança, sou vida, sou alegria, luz e esperança, mas muitas vezes eu sinto
medo e esse medo pode apagar a luz existe em mim. Me de seu colo, me abrace,
olhe para mim, algumas vezes eu preciso muito mais do que brincar.  
Christiane
Junqueira
 
“-
Ser criança é maravilhoso!”
“-
Haaa que saudades de quando eu era criança!
Quem
nunca falou ou ouviu uma dessas frases?
Quem
é que não acha que ser criança são só flores?
Pois
é, parece ser tudo maravilhoso não é mesmo? Mas ao contrário do que muitos
acreditam, criança também sofre de depressão. A depressão que sempre pareceu um
mal exclusivo dos adultos hoje em dia afeta cerca de 2% das crianças e 5%
dos adolescentes do mundo.
É
importante entender que ser criança, claro é maravilhoso, mas não é fácil. O
adulto olha para o “ser criança” com os seu “olhar de adulto, do mundo adulto”,
e através deste olhar sobre mundos completamente diferentes, aonde o mundo
infantil é visto pelo adulto apenas como brincadeira, tudo parece ser fácil,
mas não é, e para que o adulto compreenda isso, é importante antes compreender
que o indivíduo desde que nasce passa por diversas fases até o fim da sua vida,
e cada uma delas, em cada idade distinta, tem seus desafios, aprendizados,
conflitos, dúvidas, ansiedades, medos entre tantos outros sentimentos que
envolvem cada momento, por isso, da mesma forma que um adulto pode ter
depressão por problemas profissionais, por exemplo, uma criança pode ter depressão
por dificuldades de aprendizagem, por exemplo.
Mas,
pera aí:
–      

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Depressão por problemas de
aprendizagem? Como assim? Mas dificuldades de aprendizagem tem solução!

Claro
que tem solução, assim como os problemas profissionais, mas cada um lida com os
problemas de uma forma. Pensando nisso, vamos fazer uma análise (e vou dar
ênfase a ela):
“Se os adultos que já tem maturidade para lidar com
frustrações sofrem, e muitas vezes quando buscam por ajuda profissional é
porque já estão em depressão, imagina uma criança diante de conflitos e
frustrações, atreladas a sua inocência e imaturidade para lidar com eles, ter ainda
que esperar pelo comportamento dos pais sobre o problema, “como os mesmos vão
agir”, “o que vão pensar”, “qual atitude irão tomar”, como eles não sofrem?”
Tudo
isso pode levar a criança a um quadro de depressão infantil sim, pois quando a
criança se encontra sob pressão extrema e não possui o suporte necessário dos pais
e educadores, a depressão mostra sua cara, seja adulto ou criança.
Para
se ter uma idéia, a depressão infantil, é a doença psicológica que atinge
cerca de 8 milhões de crianças no Brasil, segundo dados da Organização Mundial
da Saúde (OMS), além de sua tratativa dentro do DSM-5 em Transtornos
Depressivos.
Por
isso, os primeiros sinais que devem servir de alerta para os pais são
mudanças  no comportamento, entendendo
que os motivos que podem desencadear a depressão infantil são difíceis de serem
identificados e precisam ser investigados por um profissional da área da saúde.
Mas
porque são difíceis de serem identificados? Os sintomas podem ser facilmente
confundidos com malcriação, pirraça ou birra, mau humor, tristeza e agressividade
e na maioria das vezes essa confusão acontece pelo comportamento dos pais,
exposto no início do texto, em achar que a vida da criança é mera brincadeira,
então no primeiro sinal de mudança de comportamento, vários motivos são levados
em conta, mas o motivo de que um quadro de sofrimento emocional pode estar
acometendo essa criança sempre é levado em consideração mais tardiamente e
consequentemente a procura por um profissional para uma avaliação, também é
tardia, fazendo com que o quadro de sofrimento evolua para um quadro de
depressão.
Dica:
o que diferencia a depressão das tristezas cotidianas e até mesmo dos
comportamentos inadequados, é a intensidade, a persistência e as mudanças em
hábitos normais das atividades da criança. 
Por
isso, ao primeiro sinal de depressão, os pais devem acolher a criança e
encaminhá-la a um profissional o mais rápido possível. Na maioria das vezes, o
apoio da família e a psicoterapia são suficientes. Somente a partir dos 6 anos,
e em raros casos, é necessário uma intervenção medicamentosa. A depressão
infantil desencadeia várias outras doenças tais como: anorexia, bulimia, etc.

Sintomas mais comuns da Depressão
Infantil


ü  Tristeza
sem motivo aparente
ü  Recusa
em se alimentar
ü  Baixo
rendimento escolar 
ü  Incontinência
urinária e fecal
ü  Sentimentos de desesperança. 
ü  Dificuldade de concentração, memória
ou raciocínio. 
ü  Angústia. 
ü  Pessimismo. 
ü  Agressividade. 
ü  Tronco arqueado. 
ü  Falta de prazer em executar
atividades, inclusive brincar 
ü  Isolamento, não se enturma nem com
crianças
ü  Apatia. 
ü  Insônia ou sono excessivo que não
satisfaz 
ü  Desatenção em tudo que tenta
fazer. 
ü  Queixas de dores. 
ü  Baixa auto-estima e sentimento de
inferioridade 
ü  Idéia de suicídio ou pensamento de
tragédias ou morte. 
ü  Sensação freqüente de cansaço ou
perda de energia 
ü  Sentimentos de culpa. 
ü  Dificuldade de se afastar da
mãe
São
alguns dos sintomas e que podem ser percebidos pelos pais e professores.
Vários
motivos podem desencadear os sintomas citados, porem vale a pena atentar para
as situação traumática, tais como: separação dos pais, mudança de colégio,
morte de uma pessoa querida ou animal de estimação.
Um
fato importante é que os sintomas apresentados podem aparecer em qualquer
criança e não necessariamente ser depressão infantil. Por isso a necessidade
de, percebendo que o sintoma persiste, não despreza-lo e procurar por ajuda
profissional especializada.

Quais
providências devem ser tomadas, quando identificada a depressão infantil?


Ao
obter o diagnóstico o mesmo deve ser compartilhado com a escola, assim, escola e
família, trabalham juntas para ajudar a criança a superar este problema, além
de manter um diálogo aberto com a criança. Lembrando que: ignorar a doença ou
não falar sobre ela, só intensificará a depressão, que nessa fase pode
comprometer a formação do jovem.
Neste
momento é muito importante que haja uma mudança na rotina da criança a fim de
fazê-la reconquistar a sua autoconfiança, assim como manter uma boa
alimentação, praticar atividades físicas e estimular a interação social, são
medidas importantes para trazer novamente a qualidade de vida.

Principais mudanças observadas de
acordo com a faixa etária


ü  Bebês
entre 6 meses a 2 anos de idade se caracteriza pela falta de apetite, estatura
pequena e diferentes horários para dormir
ü  Crianças
de  2 a 6 anos, os principais sintomas são aparência cansada,
irritabilidade e falta de vontade de fazer atividades que antes eram prazerosas
para ela.
ü  Entre
crianças de 6 anos a jovens 12 anos, os sintomas são bem parecidos, mas sofrem
uma intensificação por conta da sensação de inferioridade, notas baixas no
colégio, além de sintomas físicos, como dores de cabeça e no estômago.
Bibliografia: 
  • ASSUMPÇÃO, F. B. Jr. Depressão
    na infância
    Pediatria Moderna. 28 (4), p. 323 – 328,
    1992. 
  • BANDIN, J. M.; et al. Depressão
    em crianças: características demográficas e sintomatologia.
     Jornal
    Brasileiro de Psiquiatria. 44 (1), p. 27 – 32, 1995. 
  • CHESS, S. e HASSIBI, M.
    Princípios e práticas da psiquiatria infantil
     .Porto Alegre:
    Artes Médicas
    , 1982.
  • DSM-5, Manual Diagnóstico e
    Estatístico de Transtornos Mentais – 5. Ed. – Porto Alegre : Artmed, 2014.   

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