Autismo – Entenda tudo sobre o autismo

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Autismo ou Transtorno do Espectro Autista

Autismo - Entenda tudo sobre o autismo


Eu
sei… meu mundo é igual ao seu, porém você deve saber que eu o enxergo
diferente de você. O mundo me assusta, as pessoas me assustam, os
acontecimentos me assustam. Preciso entende-lo, preciso aprender como viver
nesse “seu” mundo através do meu olhar. Preciso para isso, da sua compreensão,
do seu carinho e do seu amor!
Christiane
Junqueira
Autismo ou Transtorno do Espectro Autista, é
uma síndrome(*)
definida por um grupo de desordens complexas do desenvolvimento de cérebro,
antes, durante ou logo após o nascimento.
O autismo é uma condição permanente, aonde a
criança nasce com autismo e torna-se um adulto com autismo. Ela é caracterizadas
por desvios, que são dificuldades na comunicação,
na interação social e no uso da imaginação.


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Esses três desvios, que ao aparecerem juntos
caracterizam o autismo, foram chamados por Loma Wing e Judith Gould, em um
estudo realizado em 1979, de “Tríade”. A Tríade é responsável por um padrão de
comportamento restrito e repetitivo, mas com condições de inteligência que
podem variar de uma difidência mental a níveis acima da média, ou seja, alguns
poderão levar uma vida relativamente “normal”, enquanto outros poderão precisar
de apoio especializado ao longo de toda a vida, porém, assim como qualquer ser
humano, o individuo com autismo é perfeitamente capaz de aprender.
Vamos entender melhor essa Tríade:
– Comunicação:
dificuldade em utilizar com sentido os meios de
comunicação verbal e não verbal, como gestos, expressões faciais,
linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal.
– Socialização:
este, podemos chamar de “carro chefe” do
autismo, o de maior dificuldade e o mais fácil de gerar falsas interpretações,
o qual o individuo tem dificuldade em relacionar-se com os outros, a
incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções, além da dificuldade
na discriminação de diferentes pessoas.
  
– Imaginação:
caracteriza-se por rigidez e inflexibilidade, que
se estende às áreas do pensamento, linguagem e comportamento, exemplificado por
comportamentos obsessivos e ritualísticos, falta de aceitação das mudanças e
dificuldades em processos criativos.     
Suas causas são desconhecidas e acredita-se que
sua origem esteja em anormalidades em alguma parte do cérebro ainda não
definida de forma conclusiva e, provavelmente, de origem genética. Além disso,
admite-se que possa ser causado por problemas relacionados a fatos ocorridos
durante a gestação ou no momento do parto, porém, a já discutida hipótese de
uma origem relacionada à frieza ou rejeição materna foi descartada.
 Mas como
o autismo se manifesta?   
O que normalmente chama a atenção dos pais, são
comportamentos considerados muito fora do esperado, por exemplo: sabemos que
algumas crianças são mais quietas que outras, mais tranquilas, porém os pais
percebem que a criança é excessivamente calma e sonolenta ou então que chora
sem consolo por um longo período de tempo. Queixam-se com frequência que o bebê
não gosta do colo e até mesmo rejeita gestos de afeto dos pais.
Ao longo do desenvolvimento, os pais percebem
que não se expressam como a  maioria dos
bebes, não imitam, não compartilham sentimentos ou sensações, mostram
dificuldade em se comunicar, como dar tchau ou cumprimentar as pessoas. Além
disso, não procuram o contato olho no olho, e quando acontece é por um curto
período de tempo.
Na criança com autismo é comum o aparecimento
de estereótipos, que podem ser movimentos repetitivos com as mãos ou com o
corpo. Fixar o olhar nas mãos por períodos longos, morder-se, morder roupas ou
puxar cabelos
Há também com frequência, a recusa ou
seletividade de alimentos e problemas com o sono.
Vale lembrar que essas manifestações são as
mais comuns, porém, não são as condições necessárias ou suficientes para o
diagnóstico de autismo.
Síndrome
de Asperger
A Síndrome de Asperger é um transtorno
neurobiológico, que pode
ser definida como uma perturbação do desenvolvimento que se manifesta por
alterações sobretudo na interação social, na comunicação e no comportamento.
Por muitos anos foi considerada uma condição distinta, mas em 2013
na quinta edição do Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-V,
a síndrome foi incorporada aos
transtornos do espectro autista, de grau leve. Os portadores da Síndrome de Asperger não
apresentam comprometimento intelectual, o que acontece com aqueles que têm o
autismo clássico.
Os principais sintomas da Síndrome de Asperger
são:
– Interesse excessivo por um determinado
assunto;
– Não olha nos olhos de outras pessoas;
– Pouca paciência;
– Interpretação literal das palavras e da
linguagem;
– Comportamentos rotineiro;
– Dificuldade de entender a ironia;
– Muita dificuldade nos relacionamentos
interpessoais;
– Q.I muito elevado, são considerado
extremamente rudes.
Especialistas observaram que a incidência da
síndrome é maior em homens do que mulheres.
Estudos realizados através do comportamento,
levam a acreditar que a Síndrome de Asperger seja a mesma coisa que autismo de
alto funcionamento, isto é, com inteligência preservada, ou que no autismo de
alto funcionamento há atraso na aquisição da fala, e na Síndrome de Asperger,
não. Esse comportamento muitas vezes traz uma avaliação equivocada, uma vez que
matriculados na escola regular, alunos com Síndrome de Asperger não
diagnosticados, devido as suas dificuldades e peculiaridades, são rotulados
como pedantes, sem limites, desorganizados etc.    
   
(*) síndrome – s.f. (gr. Syndrome) Conjunto
dos sintomas que caracterizam uma doença(**)
(**)
doença – s.f. (lat. Dolentia, dor). Alteração da saúde que comporta um conjunto
de caracteres definidos como causa, sinais, sintomas e evolução; mal, moléstia
enfermidade.

Fonte:
Dicionário da Língua Portuguesa – Larousse Cultural   


No próximo texto abordaremos:
– Critérios para diagnósticos
– Tratamento


Referência Bibliográfica:
Mello, Ana
Maria S. Ros de, Autismo: guia prático. 5 ed. São Paulo: AMA; Brasília: CORDE
2007. 104p.: il.  
Christiane Junqueira, psicóloga, especialista em Psicologia Hospitalar pela FMABC – Faculdade de Medicina do ABC, Neuropsicologia pelo INESP – Instituto Neurológico de São Paulo e aprimoramento em Reabilitação Cognitiva também pelo INESP.

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