Mães solo: como conciliar a rotina dos filhos com o trabalho em casa

0

Apesar de parecer distante, o desafio de conciliar trabalho, criação dos filhos e a casa pode ser contornado

A maternidade é um dos gestos mais engrandecedores e, também, o mais desafiador. Cuidar de uma criança e todas as fases que ela passará durante seu crescimento demanda muita atenção e dedicação dos pais. No caso das mães solo, esse desafio é ainda maior. 

É inegável que a presença dos pais contribui muito nos afazeres, seja ao cuidar do filho e dá-lo a devida atenção ou, então, com as demais tarefas do dia a dia. Porém, além de ter que enfrentar todas as responsabilidades sozinhas, as mães solo ainda precisam lidar com o julgamento da sociedade e que, em alguns casos, se inicia dentro de casa



Para lidar com todas essas questões, muitas vezes as mães solo precisam se desdobrar para conseguir dar conta da criação do filho, do trabalho e da casa. Mesmo sendo complicado, é possível ajustar a rotina e conseguir tirar um tempo de folga, só para você, sem ter que deixar algo pendente. Mas como fazer isso?

É preciso cuidar de si mesma

Um dos enganos mais cometidos entre as mães, sejam solos ou não, é esquecer de tirar um tempo para si. Descansar a mente, fazer novas amizades, conversar com outros adultos, ir ao salão de beleza ou, até mesmo, assistir a um filme e ler um livro são algumas das atividades que acabam sendo deixadas de lado com a chegada de um filho.



Muitas mulheres podem encarar essa necessidade de ter um tempo sozinha como egoísmo, ou nutrir um sentimento errado de que está falhando como mãe. O que elas também esquecem é que ter um momento de lazer é importante para a saúde mental e, consequentemente, para o convívio familiar e profissional. 

Porém, quando há a aceitação da ideia de um momento só para si, é preciso enfrentar o desafio de conseguir conciliar o trabalho com os afazeres domésticos e as atividades envolvendo o filho, como escola, reuniões e afins. Tudo isso faz com que a ideia de tirar uma “folga” da maternidade pareça algo distante. 

A dica é sincronizar suas tarefas com a do seu filho. Se for possível, pratique exercícios físicos enquanto a criança estiver na escola, por exemplo, ou durante alguma atividade extracurricular do filho. O mesmo vale no caso de você querer passar um tempo no salão de beleza ou apenas descansando. 

Tenha uma agenda

Pode parecer muito exagerado ter uma agenda para seus dias, mas o organizador de tarefas é muito útil para conseguir visualizar, com mais clareza, quais as janelas que você consegue ter para si, bem como as atividades que pode realizar com o seu filho e, assim, passar um tempo se divertindo com ele e fazendo com que os dois fujam da rotina. 

Organize todos os compromissos do seu dia: desde os afazeres domésticos, caso você não conte com a ajuda de um profissional para isso, até os horários de escola, trabalho, cursos e afins. Além de planejar melhor o seu dia, é possível analisar os momentos de “respiro”.

Co-motherhood

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o número de lares monoparentais, que também incluem as famílias de pais solos, aumentou significativamente nos últimos anos. As razões são diversas, indo do divórcio, até a viuvez. 

Atualmente, o país conta com 26,8% de famílias de mãe solo e 3,6% em que o pai é sozinho. Por conta desse aumento, mais mulheres sendo as únicas responsáveis pelos filhos passaram a se conhecer e, também, a se ajudarem, uma vez que dividem as mesmas dores e dificuldades. 

Utilizando do mesmo conceito de parceiro de roommate, algumas mães solos deram início ao co-motherhood, que consiste em duas famílias monoparentais dividindo uma casa e, também, a criação dos filhos. O que motivou a prática a ser levada adiante foi a identificação das dificuldades. 

É importante, nesses casos, que as duas, ou mais, mães solos entrem em um acordo quanto a educação das crianças, assim como as regras da casa. Dessa maneira, é possível dividir as tarefas e viver harmonicamente, formando um novo tipo de família, inclusive, em que haverá um suporte maior, considerando que as necessidades e rotina serão bem parecidas, senão, iguais.

Esse tipo de convívio favorece não apenas as tarefas básicas do dia a dia, como levar os filhos para a escola ou demais afazeres. Convivendo com outras crianças e, também, com adultos com quem cria uma proximidade, os pequenos podem ter uma atenção ainda maior para as necessidades sentimentais ou nos ensinamentos morais. 

A família monoparental tem reconhecimento constitucional

Mesmo com algumas pessoas dizendo o contrário, a família monoparental é reconhecida constitucionalmente, de acordo com o Artigo 226 da Constituição Federal Brasileira de 1988, o qual é descrito que “entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”. Com isso, mães e pais solos possuem todos os direitos familiares que são assegurados pelo Estado. 

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.